quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Fibro...quê?


Fibromialgia - "Síndroma crónica caracterizada por queixas dolorosas neuromusculares difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas. Outras manifestações que acompanham também as dores são a fadiga, as perturbações do sono e os distúrbios emocionais."

A minha mãe padece de fibromialgia. Foi diagnosticada há dois anos, se bem que os sintomas há muito que se vinham a manifestar. E, desde então, é uma luta diária contra a dor. A minha mãe tem dores 24 horas por dia. Já aumentou a dosagem de medicação por duas vezes mas não ficará por aqui. Além da dor física, é a pscicológica que mais lhe custa. A minha mãe sempre foi uma mulher activa, sempre fez tudo e mais alguma coisa sem nunca se cansar e sem nunca ficar doente. Ver-se, de repente, sem conseguir fazer as coisas como antes, sem dor, com a força a cem por cento, foi complicado. É complicado. E depois vem a parte da incompreensão. Muito poucos sabem e compreendem o que é viver com fibromialgia. A maioria pensa que é exagero ou preguiça. Inclusivé a classe médica. É verdade, houve um ‘senhor doutor médico’ que disse à minha mãe estas palavras: ‘O que a senhora tem é mimo a mais’. E pronto, quando os próprios profissionais agem desta forma, o que esperar dos comuns mortais, não é?

Eu, que sou filha, que convivo com a minha mãe diariamente, não consigo imaginar o que é viver com dor constante. A minha mãe costuma dizer que é como se tivesse o corpo a ser pefurado com agulhas a toda a hora. Conseguem imaginar?

Por isso, fica aqui o apelo à compreensão. É uma doença recente, é verdade, mas não deve ser menosprezada e desvalorizada. Os doentes com fibromialgia sofrem. Muito. Haja solidariedade. Haja bom senso. E que acabem de vez os comentários maldosos e ignorantes que classificam esta doença como a ‘doença dos preguiçosos’.


Quanto a ti, mãe guerreira, sei que vais continuar a enfrentar esta luta de cabeça erguida e sorriso no rosto, como sempre fizeste. És o meu orgulho, és o meu exemplo.


4 comentários:

  1. As pessoas são ignorantes e infelizmente os médicos também! Como não lhe dói a eles as dores dos pacientes são meras desculpas para se vitimizarem e é mentira! Nós só queremos ser tratados e se nem os médicos compreendem a nossa condição médica como é que podemos acreditar que os demais compreenderão? Falo no plural mas não tenho Fibromialgia mas esta incompreensão e as palavras desse «médico» para com a tua mãe lembrara-me a minha condição enquanto vagínica. Sim, são problemas completamente diferentes e eu nem consigo imaginar o que a tua querida mãe passa mas eu ouvi de dois médicos coisas igualmente más como «isso precisa é de ser aberto» («isso» era a minha vagina...) ou «só se queixa de dores porque quer atenção» (esta vinda de uma sexóloga que me devia era ajudar a ultrapassar o problema e não a fazer-me sentir - ainda - mais culpada). Quando os próprios médicos são umas bestas parece que ainda ficamos piores, nós, pacientes... Vemos neles a esperança de melhorar e no final levamos as patadas que se vê... E percebo quando dizes que a dor psicológica é capaz de ser maior... Não há nada pior do que nos culparmos todos os dias, de acharmos que acabamos por ser um peso na vida dos que nos rodeiam, a frustração de querer fazer as coisas e, por mais que se tente, não se conseguir... Que a tua mãe continue cheia de força, é uma grande Mulher!

    PS: desculpa o testamento :s

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  2. Já conhecia a doença pois uma tia tem uma amiga que também dela padece... Nunca convivi muito com a senhora, mas pronto ao menos sei o que é a doença (quando fui apresentada à senhora, mais pesquisei sobre ela) e apesar de não saber o que é, compreendo e respeito... Tudo de bom para a tua Mãe e para ti :)

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  3. Já conhecia pois a minha mãe também sofre deste mal juntando isso ao facto de ela ter duas ou três hérnias nas costas, é doloroso saber que ela está sempre em sofrimento.... Nem consigo imaginar o quanto ela sofre :'x

    *Beijinhos*
    Caty<3
    http://myfairytale4.blogspot.pt

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  4. Não conhecia a doença, de todo, mas pela descrição deve ser terrível. As melhoras da tua mãe*

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