Quando escolhemos um caminho, há outro que,
irremediavelmente, tem que ficar para trás, por percorrer. É mesmo assim. Não
podemos ter o melhor de duas coisas. Não podemos ter o melhor de dois mundos. Talvez por isso nunca tenha gostado de
escolher. Nunca. Desde criança, quando me perguntavam se preferia bolo de
chocolate ou bolo de caramelo, se preferia a Barbie ou a Nancy, se escolhia
entre a Bela Adormecida ou a Cinderela. Nos testes de avaliação e exames, nunca
gostei das questões de escolha múltipla, sempre preferi as de resposta aberta,
onde podia dar largas à imaginação (e tantas vezes ver a pontuação descontada
por isso, porque escrevia demais, mas isso já são outros quinhentos). Mais
tarde, quando me foi imposto escolher entre letras e ciências também não foi fácil. Se eu amava as
duas por igual, porque tinha de escolher, perguntava-me eu. Agora, já adulta,
continua a ser quase o mesmo. Não gosto de escolher. Não gosto de escolher
entre duas coisas que gosto por igual.
Escolher não é fácil. Escolher dói. Exige maturidade. Exige desprendimento e desapego. Principalmente quando
essa escolha pode condicionar toda a nossa vida. E se não for a escolha
correcta? E se, quando chegarmos lá à frente, percebermos que não deveria ter
sido assim? Será possível recuar? Será possível voltar atrás e escolher o outro
lado? Não. Não é possível voltar a escolher por cima de uma escolha já feita e
definida. Mas é sempre possível mudar o ritmo e as cores do caminho, tornando-o
mais alegre e mais nosso. Temos de ter essa capacidade de discernimento para
aceitar as consequências das nossas escolhas, sejam elas boas ou nem por
isso.
Quando falaste na escolha entre as áreas que querias estudar lembrei-me do meu caso. Eu escolhi ciências mas quando lá cheguei odiei e não era nada daquilo que eu via para mim e mudei para artes. Há escolhas que fazemos que estão erradas mas essas escolhas acabam por nos ajudar a ver o que realmente queremos, a ver o que realmente gostamos e para onde devemos efectivamente ir :)
ResponderEliminarMais que não seja, aprendemos sempre imenso com as escolhas que fazemos e ficamos muito mais ricos pessoalmente, intelectualmente e culturalmente. É sempre bom.
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